19 julho 2006

Leis absurdas - quotas de género

Quota de género é uma imposição legal que obriga uma lista a conter uma percentagem mínima de pessoas do sexo feminino.
Salvo erro, as listas de candidatos à Assembleia da República têm de ser constituídas em pelo menos 25% por mulheres.
Aparentemente, é uma boa forma de incentivar a entrada das mulheres na vida política.
Mas não é.

Desde logo, se somos "todos iguais", homens e mulheres, porque é que não se cria uma quota semelhante para homens? Um partido não pode apresentar uma lista só com homens, mas só com mulheres já pode ser. Se isto ainda não aconteceu, é porque ninguém se lembrou disso.

Depois, há a questão do critério de escolha. Com esta imposição de quota, é possível acontecer que a um candidato masculino seja recusado um lugar numa lista que será entregue a uma mulher com menos competências*, apenas para garantir o cumprimento destas quotas. Ou seja, o critério de escolha é o sexo e não a competência. Discriminação.

Há ainda outra questão que se coloca no caso concreto das listas à Assembleia da República. As listas têm de ser constituídas por um grande número de elementos, dos quais só cerca de metade (na melhor das hipóteses) vai alguma vez sentar as nalgas numa cadeira do Parlamento. Nada impede que os 25% de mulheres sejam "recambiadas" precisamente para os últimos lugares, ou seja, lá se vai o esforço para levar mais mulheres para o Parlamento.

Last but not least, o sentimento que esta imposição provoca nas mulheres. Muitas sentem-se como um mero "pró-forma" para dar o nome e cumprir a legislação. Sobretudo quando sentem que, se não fossem as quotas, ninguém se lembraria delas.

Então, o que se pode fazer? O mais correcto é promover uma cultura de igualdade e de respeito pelas mulheres, promover a sua formação e integração na vida política. Enfim, dar às mulheres os argumentos de que necessitam (pelos vistos, necessitam...) para fazerem realmente parte da vida política portuguesa. Provavelmente, ficaremos (país) a ganhar com isso. E não precisaremos destas medidas bacocas e que apenas servem para nos atirar areia para os olhos, impedindo-nos de ver o real estado das coisas.

Falar é fácil. Fazer isto leva (muito) tempo e (muito) esforço. Mas enquanto nos deixarmos relaxar, convictos de que as quotas vão fazer, sozinhas, aquilo que todos deveríamos fazer, enquanto não pusermos mãos à obra, apenas estaremos a atrasar ainda mais o dia em que estas ideias se irão concretizar.

10 julho 2006

E pronto...

... acabou o Mundial.
Os italianos lá ganharam aquilo, a penáltis, coisa mais seca para decidir uma final... yuck!
O Zidane deu um ar de sua graça, como quem diz "eu também sei jogar de cabeça!", só que não acertou em nenhuma bola... a menos que aquele italiano tivesse alguma característica física estranha...
A Alemanha teve quase-quase a dar uma cabazada a Portugal. Vá lá, não estiveram para se cansar muito... e vou fingir que acredito que foram os nossos jogadores que não deixaram.
Mesmo assim, a selecção portuguesa foi recebida em apoteose, como "Heróis" cá do sítio...*
Talvez tenha sido influência daquele anúncio da Galp em que aparecia o autocarro a dizer "Campeões do Mundo"... no dia a seguir ao jogo com a França. Oops!

Ah, entretanto morreram 6 bombeiros na zona da Guarda, mas isso não interessa nada.

Afinal, os nossos jogadores tugas lá constribuíram para espalhar o nome de Portugal pelo Mundo. Eles, e as estatísticas da OCDE (e outras) que nos mostram, sistematicamente, na cauda da Europa... a 25.
Ok, ainda não chegou a tanto, mas lembrem-se: os 10 novos vão agora por aí acima.

Só mesmo naquela.

*Quanto à recepção apoteótica dos jogadores, concordo e não concordo. Concordo, porque seria no mínimo pouco correcto ignorá-los na chegada, abandonando-os na hora da derrota, depois de um mês a levá-los nas "palminhas" e a aplaudi-los por cada passo que davam. Com o que eu não concordo é com a postura de os considerar heróis... jogaram bem, sim senhor, esforçaram-se e honraram a camisola e o país. Houvesse mais gente assim, não é? Mas daí a serem heróis nacionais ainda vai uma certa distância.

06 julho 2006

Está decidido!

Isto o SóMesmoNaquela anda meio mortiço…

Portanto, vou-lhe dar uns comprimidos de substâncias altamente ilegais para reavivar a coisa. Preparem-se.

*Por “coisa” entenda-se… o blog.

 

Até mais.

 

Só Mesmo Naquela.

05 julho 2006

Este blog já tem mais de um ano!!

Noutro blog, o 1º aniversário seria motivo de festa, de celebração orgíaca de palavras e expressões, de rejúbilo pela durabilidade neste mundo de descartáveis, de imediatos.
Aqui, porém, a postura é diferente. Sim, porque o SóMesmoNaquela é um blog diferente dos outros blogs. Não há cá euforias com o Mundial (belo dia para escrever isto... :p), não há cá exacerbações do eu, nem expressões de sentimentos ora tacanhos ora desusadamente íntimos. Nem celebrações bacocas de aniversários.

Ou seja, como vocês certamente já perceberam...
... esqueci-me completamente ;)

Só mesmo naquela.