17 maio 2006

Maternidades

Ponto 1: o Estado deve assegurar os chamados "serviços mínimos" a TODA a população. Afinal, é para isso que pagamos impostos. Para suportar serviços que, obviamente, não dão lucro. Evidentemente que seria estúpido fazer um grande hospital em cada aldeia. Não só porque a despesa seria monstruosa, mas também porque um hospital só funciona bem se tiver muitos "clientes". Isto é especialmente notado em áreas que lidam com o imprevisível. Como a cirurgia. Ou como a obstetrícia.

Isto gera um dilema: por um lado, pretende-se fazer chegar os serviços a todos. Por outro, pretende-se concentrar, promovendo a qualidade do serviço. Como resolver esta questão? Que critérios devem ser usados? Qual é a máxima "distância" aceitável ao hospital, ou centro de saúde, ou maternidade, ou escola,...., mais próximo?

A resposta deve, obviamente, ser dada por quem percebe do assunto. Não é o Zé da tasca nem o Zé do Governo que deve responder, e sim os especialistas que, levando em conta as opiniões dos vários intervenientes no processo - médicos e pacientes, professores e alunos, conforme.... - e apoiando-se nos dados existentes, devem procurar responder a estas questões e indicar o que deve ser feito.
Foi isso que o Governo pensou. E foi isso que o Governo fez - ou antes, mandou fazer. E os resultados estão aí, goste-se deles ou não.
Haverá critérios economicistas/políticos nesses estudos? Espero que não, mas não o garanto.
A confirmar-se a inexistência dessa "poluição", o Governo só pode fazer uma coisa: pegar o touro pelos cornos, arranjar coragem e seguir À LETRA as recomendações. Mais nada.

Ponto 2: Quanto à ideia de levar algumas mães portuguesas a ter os filhos em Espanha, acho-a muito pouco sensata. Até pode ser, cientifica e logicamente, a melhor opção - mas há os sentimentos das pessoas, que nestas coisas TÊM de contar. Ser obrigado a ir à terra do lado para ter os filhos pode não ser confortável, mas pronto. Agora, a outro país?

Ponto 3: Ali em cima meti "distância" entre aspas. Não foi por acaso. Uma coisa são 20/30 quilómetros de boa estrada/autoestrada/caminho-de-ferro. Outra, são 20/30 quilómetros de estradas menos que secundárias. É por isso que é importante construir boas estradas/caminhos-de-ferro em todo o lado. Porque isso melhora a acessibilidade. Portanto, antes de criticar o dinheiro gasto numa estrada ou num troço de caminho-de-ferro, pensem nisso. (O que não impede que algumas dessas obras sejam escusadas. Aí sim, questionemo-nos

Pensem nisto e digam alguma coisa. Só mesmo naquela.

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